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Recuperação energética de resíduos: Como o lixo pode ajudar a economia?


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Mesmo após uma década desde a sanção da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12,305/10), a logística reversa, reciclagem e tantas outras facetas do gerenciamento de resíduos sólidos e do saneamento básico continuam sendo aplicadas aquém das metas estabelecidas em todo o território nacional

O Brasil gera cerca de 78 milhões de toneladas de lixo por ano, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Em níveis globais, somos o quarto o maior gerador de lixo plástico do planeta: segundo o World Wildlife Fund (WW), somos responsáveis pela produção de 11,3 toneladas de resíduos sólidos plásticos os anos. Desta montanha de lixo plástico, apenas 1,28% é reciclado no país.

Neste cenário alarmante, ainda precisamos lidar com toneladas desses resíduos sólidos sendo descartadas em locais inapropriados. De acordo com Índice de Sustentabilidade de Limpeza Urbana, elaborado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), praticamente a metade dos municípios brasileiros (49,9%) ainda destinam seus resíduos para lixões a céu aberto.

Não bastasse o desastre ambiental em curso, o país tem prejuízos para o tratamento dos problemas decorrentes do tratamento inadequado do lixo. Além disso, ainda segundo números da Abrelpe, o Brasil deixa de injetar R$ 14 bilhões na economia todos os anos por causa da falta de reciclagem de resíduos sólidos em larga escala.

E não é só a reciclagem que poderia contribuir com o meio ambiente e com ganhos econômicos para o país. A recuperação energética de resíduos é uma prática pouco comum que poderia transformar empresas e paisagens.

Recuperação energética de Resíduos como alternativa às fontes não renováveis.

Muitos resíduos sólidos urbanos e industriais são recicláveis e têm valor de mercado. Na plataforma Mercado de Resíduos, da startup VG Resíduos – que oferece soluções tecnológicas para o gerenciamento de resíduos sólidos -, as empresas e os tratadores especializados se encontram por meio de um leilão online onde as duas partes negociam o material. Nas cidades, catadores e cooperativas recolhem o material reciclável através da coleta seletiva ou da própria população que separa o resíduos recicláveis e encaminham a esses profissionais.

Ainda assim, há uma verdadeira montanha de lixo urbano orgânico que ainda não passa por nenhum tipo de transformação e simplesmente é lançado de volta à natureza. Essa realidade seria diferente se o Brasil, na esteira de países desenvolvidos, incentivasse a chamada recuperação energética de resíduos.

Sem regulamentação ou incentivos tecnológicos por parte dos poderes públicos, a transformação de lixo em energia pode soar até como um tabu. No entanto, seria possível aproveitar os gases provenientes da biodigestão de resíduos orgânicos, como, por exemplo, o biometano gerado nos próprios lixões e poderia se tornar uma alternativa aos tradicionais combustíveis fósseis.

Enquanto nações como a União Europeia, Índia e China priorizam a recuperação energética de resíduos em suas cadeias de tratamento, inclusive com usinas especializadas em transformar lixo em energia (as Usinas de Recuperação Energéticas ou Waste to Energy), o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer. Não há nenhuma planta tecnológica do tipo por aqui.

Em setembro de 2020, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) prorrogou a consulta pública ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PLANARES) e pouco se sabe sobre o futuro da recuperação energética para os próximos anos.

Ainda assim, há  esperanças: o Ministério de Minas e Energia anuncio o primeiro leilão regulado para a contratação de energia elétrica proveniente de modelos Waste to Energy para 2021.

A economia e o meio ambiente esperam que, em breve, o Brasil tenha condições de adotar mais esta estratégia no gerenciamento dos resíduos sólidos país e que as novas fontes de energia sejam bem-vindas no mercado.

Assessoria

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